As Verdades

Edson “Azagaia” da Luz

[Estrofe 1]
Chega de acreditar em mentiras e transformá-las em verdades
E ficar a assistir este festival de contrastes
Usa os braços que cruzaste
E as pernas que dobraste
Ficas aí sentado, tás à espera de milagres?

Eu quero que te largues e caminhes como um líder
Sejas de Centro, Norte ou Sul de Moçambique
Aprenda com o Fidel que o inimigo tá lá fora
E quer o teu gás, tua energia de Cahora

E colabora com os traidores que habitam cá dentro
Pilham o que há dentro
Mas dizem que não há nada aqui dentro
A vida cá dentro é um caos e todos apontam a culpa
Moçambicanos usam a guerra sempre como desculpa

Eu peço desculpa, mas essa atitude é ridícula
Em vez de um ponto na situação vocês põem uma vírgula
E se alguém nos deve algo vamos buscá-lo nós próprios
A esmola que pedimos só nos deixa mais pobres

Veja, nada é de borla neste mundo capitalista
Eles dão-te esmola, mas querem o nome deles na lista
No topo da lista dos patrões que mandam em nós
Os mesmos que no passado mandaram nos nossos avós
NÃO

Refrão:
Diga não a exploração
Cuidado que a informação é meio de colonização
Aprende que a revolução
Começa quando a nossa gente souber dizer NÃO, NÃO

[Estrofe 2]
Não, eu recuso-me a ser boneco animado
Programado pra consumir tudo que é importado
Enlatado, costurado ou digitalizado
Embalado, endereçado pra o nosso mercado, NÃO

Não enquanto tiver braços pra trabalhar
Tiver pernas pra caminhar
E um cérebro pra pensar, SIM
Nós só vamos criar a nossa economia
Quando começarmos a acreditar na nossa autonomia

Eu explico:
O capital circula dentro d'um ciclo
E só comprando o que é nosso, nós fechamos o ciclo
E o capital volta pra nós
Porque investimos em nós
Por nós e para nós
Torna o país mais rico

São, ou não são jovens seiva da nação
Vamos formá-los em engenharia, não só em gestão
Não, como é que queremos transformar o nosso petróleo
Se é difícil de encontrar um químico ou um geólogo

Interessa-nos formar mais políticos mentirosos
Ou gente capacitado paraproduzir o que é nosso?
Vamos gerir o nosso negócio
Venda à grosso ou à retalho
De material do que é nosso
Nosso suor, nosso trabalho
SIM

[Refrão]
Diga não a exploração
Cuidado que a informação é meio de colonização
Aprende que a revolução
Começa quando a nossa gente souber dizer NÃO, NÃO

[Estrofe 3]
Não, eu não vou aceitar a vossa cultura
Não antes de respeitarem aquilo que é nossa cultura
Os vossos filmes e novelas só tem sexo e violência
E só aumentam a nossa taxa de seroprevalência

Não, não me interessa se está na moda
Esses fatos que estão na loja
Com o calor que faz em África não têm lógica
A vossa roupa é escandalosa

Aqui a mulher não precisa dela pra se tornar famosa
Mais Marias José Sacur, mais Rutes Varrela
Mais Renatas, mais mulheres como a nossa Anabela
E homens como hem...Ricardo Rangel
Malangatanas bem Valentes Jeremias Ngwenha

E as nossas radios e televisões
Que mostram mais isso
De moçambicanos pra moçamicanos este é o compromisso
Eu compro isso e espero que vocês comprem também
Porque importar programação se fazê-mo-la bem

Que se criem leis que defendam antes de mais o que é nosso
Nossa música, nossa arte, o nosso próprio negócio
Mais do que leis defenda tu aquilo que é nosso
Nosso orgulho moçambicano, tu podes, eu posso

Trivia about the song As Verdades by Azagaia

When was the song “As Verdades” released by Azagaia?
The song As Verdades was released in 2007, on the album “Babalaze”.
Who composed the song “As Verdades” by Azagaia?
The song “As Verdades” by Azagaia was composed by Edson “Azagaia” da Luz.

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