Índia
Angélica Rizzi
e se eu morrer ao amanhecer
ei, de esperar por ti
construímos uma casa
cultivamos um jardim
temos uma gaiola, e um papagaio de bico amarelo, que passeia pelos cômodos da casa !
eu me transformei
quando te conheci
me tornei criança
mas, envelheci
meu corpo não acompanha meus sonhos
meus braços alcançam as nuvens
preso a outra vida
desfalecido
o que eu te prometi
são apenas linhas de um verso inacabado
podíamos ter ido mais longe
percorrido o caminho de Santiago
ou entre os girassóis na Rússia
mas, agora que o tempo é escasso
minha respiração é lenta
índia me deixa morrer
em paz
entre os seus cabelos
e quando estiveres triste
e as lagrimas ressequido
sua pele de café
leia no teto do céu
onde agonizo
eu sempre te esperarei