Sopro
Cego, quero a breve luz do sol
Sombra me carregue
O tempo mede, o espírito me faz pesar
Corpo, boca, pele, ponto fim
Algo que nos vele
Infinito exato do que cederá
O que nos celebra sem saber e quebra assim o que se saberá?
Mesmo que o sólido princípio da matéria seja bela forma
que nos cega, luz estética que prega o fim é nada, nada..
Será?
Plana, plena, etérea, eterna, singela
Mistério elementar
Certa de pavor e adoração
Nuvem de concreto que dissipará
Esse eterno vício de sentir na pele o fruto que nos comerá
Dentro desse círculo de vozes, faces, símbolos, futuro,
Seja cura do efêmero princípio, sopro do que rege tudo ou nada, nada...
Será?