Whisky e Blues
Renato Fernandes
Há tempos eu ando trocando a noite pelo dia
Eu ando bebendo bem mais do que eu devia
Eu ando me sentindo como uma mosca de bar
Que voa a esmo e vive das migalhas
Só bebo em espelunca, sempre na penumbra
Eu encho a cara com whisky de segunda
E pela manhã a ressaca é um ridículo final
Baby essa solidão ainda me consome
Dormi com uma mulher que nem sabe o meu nome
Levou o meu dinheiro e o último cigarro
Escreveu com batom no espelho: Tchau, otário
Toda segunda-feira eu acordo mal
Me arrasto pro trabalho como se eu fosse pra cruz
Meu Deus o que seria de mim sem whisky e blues
O que seria de mim sem whisky
Sem whisky
Sem whisky e blues