Zen vergonha

Aldir Blanc

Sobre o coqueiral, lua
E um violão
Pronta à cenografia de segunda mão
Da Zen-Vergonha
Vivo nessa praia
Sou da Baixada Fluminense e do Himalaia
O infinito vale tudo ou nada
A escopeta é o zenbudismo da Baixada
O torniquete, o pau-de-arara e a saraivada
Minha aura toma e dá porrada
Me finjo de Alan Delão mas na realidade
Nessa terra é tudo Zé Trindade
Lente de papel
Última sessão
Vermelho e verde na terceira dimensão
E um trapalhão
Que é Dedé, Mussum
Ou Zacaria entrando em fria
Gira e cai
No caldeirão
Peixe, camarão
Dendê, farinha
Que tá podre mas tá bão

Hermeto é mito! É guerra e paz
Qual é a realidade
Se há sempre um sonho que me invade?
O meu pirão é transreal
Por isso não desanda
Canguru é um bicho com varanda
Zen-Vergonha é assim, assim
Muito curumim vende pó e cola
Raspa, raspa e o camarim
Fica cheio assim de tupiniquim

Aqui a Yoko rala um coco e joga ioiô
O Lennon veste um terno branco e é gigolô
E o último há de ser o primeiro
A zonza da cigarra
O oco do cajueiro
E a revolta ainda maior
Quem bebeu e bebe o meu suor?

Trivia about the song Zen vergonha by Boca Livre

When was the song “Zen vergonha” released by Boca Livre?
The song Zen vergonha was released in 1992, on the album “Dançando Pelas Sombras”.
Who composed the song “Zen vergonha” by Boca Livre?
The song “Zen vergonha” by Boca Livre was composed by Aldir Blanc.

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