Uruapeara
Os raios iluminam as margens do lago
Ao longe os trovões ecoam
E no meio das águas, a náu sinistra
dos homens que aprisionam os parintintin
São cruéis, cariús, brancos tapuitins
São cruéis, cariús, brancos tapuitins
Os sons das guerras se ouvem
nas correntes que trazem a morte
na coragem dos bravos guerreiros
que mesmo cativos prisioneiros
nao se dobram, nem se entregam à sorte
As tempestades e as águas revoltas
As mãos que sobem aos céus
as mãos que pedem proteção de Ipayé
No ar, as nuvens soltas
e os raios que riscam a escuridão
Ouvem o grito do grande pajé
(Uruá, Uruá, Uruápiara)
(Uruá, Uruá, Uruápiara)
Uruá, Uruá, Uruápiara
Tauá, Pixuna, Tauá
Uruá, Uruá, Uruápiara
Tauá, Pixuna, Tauá
No meio do lago, o vento anuncia a fera
E das águas do Ipixuna
vem o grande Uruá
Uruá Peara
Ente protetor, naufraga embarcação
Para os cativos, a vida a libertação
Uruá Peara
Aos invasores, a noite, o horror
Uruá Peara
O frio das águas, a morte e a destruição