O Vaqueiro
É madrugada e a minha sorte está lançada
Meu compadre vem
Que a lua cheia clareia o barranco
Alumia com a poronga pra ajudar também
E neste tempo sombrio, no beiral do rio
O vento é cortante, não vou fraquejar
Porque meu gado, é minha lida, e por ser minha vida
Tenho que guiar
Sou vaqueiro, do laço ligeiro, do laço que laça
Certeiro, conduzindo o boi (bis)
O banzeiro das águas murmuraram
Visagens, contos que testemunhei
Nas passadas, os desafios não se comparam
Aos que já enfrentei
Na grande cheia, veloz e traiçoeira
Eu perdi muito, vi meu mundo por águas tomar
Eu fiz maromba pra minha boiada
Minha fé faz milagres, pode acreditar
Sou vaqueiro, do laço ligeiro, do laço que laça
Certeiro, conduzindo o boi (bis)
Mesmo em clima sombrio, com minha boiada avanço
A vida é dura
Mas a coragem tá no meu sangue caboclo
O pasto novo surgiu, vou com a boiada e não canso
É meu sustento, não tenha medo
Canta o aboio, vaqueiro
Boi boi boi
O mês de junho chegou, a saudade apertou
Da morena bela que me espera
Pra brincar no garantido
De vaqueiro eu vou, eu vou...