Mais um Dia

Mais um dia, eu me afogo na minha cama sem lembrar de nada
Esquecer, que só tenho mais quatro horas até acordar
Mais um dia, eu me afogo nos meus erros sem me preocupar
Amanhecer, e recomeçar
Mais um dia eu faço a minha fé, convicção subjetiva né
Me jogo ao concreto, me escondo entre os prédios
Sucumbo nessa guerra de egos, nesse seu sonho médio
Contra assédios, e seu vício cego
Pra curar meu intelecto tomo remédios
Fico perplexo, escrevo uns versos, eu me disperso
Me diz se eu penso em acender outro cigarro
Me despeço da minha sanidade
Santa Idade em que resolvi crescer
E aprender que viver
É só mais uma ilusão, feita pela programação

Mais um dia, eu me afogo na minha cama sem lembrar de nada
Esquecer, que só tenho mais quatro horas até acordar
Mais um dia, eu me afogo nos meus erros sem me preocupar
Amanhecer, e recomeçar

Os ciclos não se renovam, as coisas perdem valor
O dia fica mais cinza, sentimentos perdem cor
Saudades do meu olho vidradão
Por ter a minha alma livre perambulando no mundão
Cadê a velha fé que “L” falou?
Aonde está o perdão que Jesus ressuscitou
O povo ainda carrega sua própria cruz

Todo dia de manhã, até a estação da luz
Somos iguais, em todas as estações todos os jornais
Almas que se transformam em números percentuais
Há guerra demais, há morte demais, a bala perdida a uma mente ferida
E a bala que acerta e tira uma vida, morreu na corrente contra a avenida