Ao Luar

Cândido das Neves Índio

Esta noite prateada
Minha eterna e doce amada
A chamar-te me insinua
Nos acordes desta lira
Que de amor geme e suspira
Ante o albor níveo da lua
O rendado da neblina
Mais parece uma cortina
Numa festa de noivado

A lua é noiva bela
Recostada na janela,
Ve um palácio constelado
Que beleza nas estrelas
Ah ! Se tu pudesses vê-las
Como estão no céu sorrindo
Espreitando com cautela
Pelas frestas da janela
Do quarto onde estas dormindo

Minh'alma dorme sonhando
Geme e chora te chamando
Pelo espaço como louca
Ah, se a aurora despontasse
Quem me dera que me encontrasse
A beijar a tua boca
Desperta, vem matar meu desejo
A minh'alma, vaga incerta
A procura do teu beijo
Dileta, tu formosa eu poeta
Quero para os tristes versos meus
As rimas dos beijos teus

A natureza te chama
O meu peito já reclama
A quentura dos teus seios
Os astros são já escassos
Vem, sufoca-me em teus braços
Antes que eu morra de anseios
As estrelas cintilantes
São lanternas dos amantes
Pelo espaço a flutuar

Como Deus é inspirado
Inventou para o pecado
Estas noites de luar
Desperta, vem matar o meu desejo
A minh'alma vaga incerta
A procura do teu beijo
Dileta, tu formosa eu poeta
Quero para os tristes versos meus
As rimas dos beijos teus.

Trivia about the song Ao Luar by Carlos José

When was the song “Ao Luar” released by Carlos José?
The song Ao Luar was released in 1967, on the album “Uma Noite de Seresta - Vol. 02”.
Who composed the song “Ao Luar” by Carlos José?
The song “Ao Luar” by Carlos José was composed by Cândido das Neves Índio.

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