Noite à dentro
Celso Fonseca
Ouço os pingos no telhado
Ficou tudo eternamente
Quadro a quadro, ralentando a noite
E eu canto noite à dentro um blues
Minha alma vulnerável
Sente falta de conforto
Travesseiro, aeroporto, chão
Prá tua nave aterrissar
Por que será
Que esse meu lado escuro não se cansa
De me atormentar com essa dança
Cujos passos eu não sei acompanhar
Quando será
Que me acostumo que não há no mundo
Maneira de afastar por um segundo
Do pensamento a luz do teu olhar