Sob As Mangas do Aguaceiro

André Oliveira / Rogério Melo

A manga calma se transforma em aguaceiro
O chuvisqueiro desentoca um campo mar
Que se tolda em cima dum baio-oveiro
Com meu sombreiro que tombeia ao desaguar
Fechou seis dias que eu lido no alagado
E o banhado já virou um tremendal
Onde é várzea, se tornou tudo encharcado
Campo dobrado, vertente de lamaçal

Até a baeta do meu poncho está molhada
Garra ensopada de varar passo e sanga
O galpão virou um varal de arreios
Oreando aperos enxaguados pela manga
O gado berra nostalgiando tempo feio
E a parelha do arreio calejou-se das basteiras
Lombo molhado pra pisar foi bem ligeiro
Ainda a força do potreiro tá de baixo da aguaceira

Uma estiada negaceia por matreira
Com cisma de caborteira vem escondendo a cara
Do meu galpão sorvo as horas tramando tentos
Desquinando pensamentos, remendando alguma garra

Então me olvido empreitando esta faina
Pois a força divina jamais falha e nunca erra
Talvez a chuva seja o adubo já gasto
Que veio firma o pasto e larga uma graxa na terra

Trivia about the song Sob As Mangas do Aguaceiro by César Oliveira e Rogério Melo

On which albums was the song “Sob As Mangas do Aguaceiro” released by César Oliveira e Rogério Melo?
César Oliveira e Rogério Melo released the song on the albums “Pátria Pampa (Ao Vivo )” in 2006 and “Rio-Grandenses” in 2011.
Who composed the song “Sob As Mangas do Aguaceiro” by César Oliveira e Rogério Melo?
The song “Sob As Mangas do Aguaceiro” by César Oliveira e Rogério Melo was composed by André Oliveira and Rogério Melo.

Most popular songs of César Oliveira e Rogério Melo

Other artists of Regional