Na Boca do Brete
Uma cevadura de mate
Um cavalete encilhado
Uma cuscada na volta
Um capão gordo carneado...
Uma paisagem gaúcha,
A pampa pra toda lida,
E uma milonga campeira,
Gambeteando as maçanilhas!
Que anda na aba dos bastos
Na copa do laço
Nas marcas de casco
Nas cordas de baixo
Nas braças do corpo
Nos dedos dos loucos,
Que tocam com a gente...
Que vão atrás da palavra,
Campeando guitarras,
A troco de nada,
Com a alma nas garras,
Conforme a invernada,
As cabanhas e os ginetes...
E ainda na boca do brete,
Uma gateada frente aberta,
Calçada das quatro patas,
Salta um grito de "vamo"!
Que anda na perna do freio
Apartando em rodeio
No choro do arreio
Na volta da armada
No novilho que senta
No tranco que aguanta,
O tirão da bolada...
Que toca a vida por diante,
Correndo por fora,
Por causa de tudo,
Que o campo aflora,
Conforme a campanha,
As estâncias e a peonada...