Arremate da Vida

Esta lágrima insistente
Abre surros no meu rosto
Da salmoura sinto gosto
E despacito compreendo
Que a própria alma escorrendo
Do fundo desta vertente
Vai levar junto o vivente
Que vai aos poucos morrendo

Já me serviu de disfarce
Muitas vezes nos galpões
A fumaça dos tições
Para as mágoas que carrego
E se meus olhos esfrego
Não quis que ninguém notasse
Pela umidade da face
Que pouco a pouco me entrego

(Se há um resto de coragem
O corpo não obedece
O sol já não mais aquece
A carcaça dolorida
E se a mente convida
Para um último reponte
Reparo que o horizonte
Está mais longe que a vida.)

A solidão garroteia
Quem só tem por companheira
A saudade caborteira
O cusco, o mate e o pito
(E se prepara solito
Pra empeçar a cavalgadas
Rumo a última morada
Lá na estância do infinito.)

Trivia about the song Arremate da Vida by César Passarinho

When was the song “Arremate da Vida” released by César Passarinho?
The song Arremate da Vida was released in 2000, on the album “Arremate da Vida”.

Most popular songs of César Passarinho

Other artists of Regional