Todas As Vidas do Mundo (part. Déa Trancoso e Cátia de França)
Tive nove vidas, noves fora, essa
Sou do tempo muito antes de Sinhá
Antes de Tupã eu fui pajé de uns índios
Da tribo mais linda que há
Fomos quase totalmente dizimados
Renasci na Costa do Marfim
Eu fui o maior dos grandes elefantes
E nem tiveram dó de mim
Todas as vidas do mundo
Correm pro mesmo lugar
Todas as coisas na vida
Vão passar!
Noutra vida fui uma bela cigana
A mais reluzente da Andaluzia
Li milhões de mãos em troca de favores
Nenhum favor me salvaria
Fui mais um na Guerra do Peloponeso
Na vida mais longa, fui um baobá
Do que vi do mundo, não há quem não diga
Que aqui tem muita gente má
Todas as vidas do mundo
Correm pro mesmo lugar
Todas as coisas na vida
Vão passar!
Fiz de tudo um pouco nas vidas que tive
Fui comerciante em Dakar
Cobrador de dívidas em Sarajevo
E a vida sempre vem cobrar
Fui um samurai no Antigo Oriente
E toda vida sempre tem o mesmo fim
Fui uma criança magra e de vida breve, breve
Agora eu sou Passarinho
Todas as vidas do mundo
Correm pro mesmo lugar
Todas as coisas na vida
Vão passar!
Quis fugir, mas uma força misteriosa me retinha os pés
Então disse comigo: Os séculos vão passando
Chegará o meu e passará também
Até o último que me dará a decifração da eternidade
Amah Rei (?) Krihsna oh Jeová Jireh
Amah Rei (?) Krihsna oh Insha'Allah