Sangue Azul
Me considero um rei de pés no chão
Um rei que faz deste sertão o que ele é
Minha coroa é o meu chapéu de palha
E o meu castelo é meu rancho de sapé.
Meu trono é feito de um tronco de aroeira
E a minha espada é meu amigo violão
Eu faço das estrelas o meu quartel
Cintilar lá no céu pra escoltar minha ilusão
Fui pela mãos da natureza coroado
O meu reinado é meu sertão de norte a sul
Lá na cidade sou chamado de matuto
Mais do nosso solo bruto sou eu o nobre sangue azul.
A lua cheia é o meu brasão
Trazendo a imagem do meu santo protetor
Iluminado os quatro cantos do meu mundo
Transformo a noite num cenário multicor.
Falta-me agora pra enterrar minha nobreza
E a natureza me de tudo que sonhei
Uma cabocla para ser somente minha
Mulher, esposa e rainha pro meu coração.