Campos e Manhãs
Nos campos e manhãs da minha terra
A vida multiplica suas cores
Há sempre um fato novo à nossa espera
Há sempre uma história e mil amores
O sol que se levanta atrás da serra
Preguiçoso como a lua que dormiu
Garimpa entre os vales verdejantes
Respinga nas folhagens diamantes
Gotejados dos sereno que caiu
Olhai nas cordilheiras e colinas
Ipês floridos sobre a relva debruçados
Olhai o gado manso nas campinas
Seguindo os berrantes compassados
Olhai o elegante cavaleiro
Que nos tira humildemente seu chapéu
Ele tem a fidalguia de um guerreiro
Seu cavalo corta os campos tão ligeiro
Como a estrela desgarrada corta o céu
Nos campos e manhãs da minha terra
A vida recomeça todo dia
Os sinos vão dobrando na capela
E as aves fazem festa e cantoria
E a moça que aparece na janela
Tão bela como há tempo não se via
Despede para a vida que começa
E pensa no amor de alguém
Que prometeu que em breve voltaria