Parte II (Ir. Luz. On), O Caboré E O Presidente
Minha gente agora eu vou lhes contar
Uma história diferente
De um menino que queria chorar
E ligou pro presidente
A inocência se confunde
Aos 9 anos de idade
De um caboré que pela 1ª vez
Vê de perto a realidade
Ói escuta o barulho do trem
Corre senão ele vai embora
Um olho piscou e no outro o trem passou
E uma favela por trás se revelou
Ô mãe me diga o q significa
Toda essa gente retorcida e mal de vida
Ô mãe me esclareça por favor
Eu sou criança mas meu coração já sente dor
Verás com teus próprios olhos meu filho
O que é a força dos poderosos
Por cima de todas essas vidas
Vão passar uma vasta avenida
Pra ver gringo em seus carros sorrindo
E ter os sonhos e orgulho dessa gente
Grudando no asfalto ainda quente
Já sei o que fazer mãe ói que sei
Vou falar com o nosso presidente
Falar pr'ele ajudar toda essa gente a sobreviver
O caboré num sei de onde arranjou o telefone
Mas infelizmente não conseguiu entrar em contato com homem
Só que alguém lhe falou:
Ei menino que história é essa
Quer brincar de superômi?
Isso é apenas uma favela
Pra que fazer tanto enxame?
Mudo ele ficou e derramou uma única lágrima
Seca, amarga e solitária
Confundindo a sua inocência de criança pura
Ao escutar novamente o trem lembrou das pessoas, do asfalto quente
E do presidente ausente e implorou
Ô mãe me esclareça por favor
Eu sou criança mas meu coração já sente dor