A Paz da Cidade
Faz tempo a gente queria
Morar em outro lugar
Minha mulher insistia
Na qualidade do ar
A praia tem maresia
No cosme velho não há
Melhor a paz da montanha
Pra relaxar
Depois dos primeiros dias
Não dava pra acreditar
De noite o tiro zunia
Traçando as balas no ar
Batalha de artilharia
Na frente do meu andar
E eu escondia a família
Na paz da cidade debaixo do sofá
O povo do lugar
Insiste em afirmar
Que o tempo vai fazer
O medo sossegar
Até que pode ser
Se a gente não pirar
Se a gente não morrer
Antes de acostumar
Mudamos pra Copacabana
Com maresia e o escambáu
Apartamento bacana
O mar ali no quintal
Minha mulher encantada
Achando tudo legal
Saiu e foi assaltada
Levaram seus caraminguás
Relógio, pulseira, o anel, o colar
E o sonho da gente viver a beira-mar
Pensamos em ir pro sertão
Xingu, pantanal, marajó
Pra quinta DP ou pro nono batalhão (que confusão!)