Hoje em dia

[Letra de "Hoje Em Dia"]

[Verso 1: Subly]
Hoje em dia nada é como dantes
Tecnologia avançou, mentalidades alarmantes
Abertas pra constantes merdas repugnantes
Como quanto a demónios aqui se fazem de Santos
Futilidades merdas são constantes
Segue-se 1 que segue os 8
Que é só um nome no posto
É só mais um ganda porco
Só danificar mais gordo
Só vai ficar mais torto o futuro que nos espera
Só vai ficar na merda porque 1% governa
Porra
Eu sou do tempo em que os putos de Chelas
Andavam a porrada por causa de 1 ou 2 guelas
Tudo a jogar a bola
Grupos de 30
Não importava a cor
Se tinhas ou não tinhas guita
Velhos tempos tipo os tempos dos Ases
Fazem ver a mim mesmo que a vida é feita de fases
A vida é feita de fases e escrevemos para vivê-la
Mil pontos de interrogação cada vez que tou a escrevê-la

[Refrão]
Hoje em dia
Hoje em dia não quero o que ontem queria
Quem diria
No deserto tomei banhos de água fria
Que ironia
Ria em momentos que não devia
Mal sabia
Que a vida real é fantasia

[Verso 2: IV]
Eu era puto é nem sabia o qe era RAP dread
Não havia telemóveis, PC, net
A música era ouvida só em CDs e cassete
Ouvia fados do meu cota e ratos a passar no teto
Sonhava com o sucesso e nem sabia o qe era RAP
Quando eu descobri pus vidas num boom não
Letras são desabafos que um gajo não consegue
Falar com qualquer pessoa por isso um gajo escreve
Para voar, sentir livre como um pássaro se sente
Sinto'me preso num sistema que tenta controlar-me a mente
E sistematicamente
Ele quer que haja sem pensar
Que pense pra não agir
Que arrisque pra me orientar
Ou à rotina de bulir
É o que me querem habituar
Ou mostram que a vida é curtir
Pra esquecer o que tão a cortar
Eu vivo para estudar
Vida é uma escola que dá calo
Vivemos a pisar o risco
Pra eles andarem a cheirá-lo
Mas a vida é como a maré
Tem altos e baixos né?
Nos baixos temos de aprender
Pra nos altos manter de pé
Então não sejas cabé
Só no café ou na esplanada
Abancado a fazer guita
E com a chipa marcada

[Refrão]
Hoje em dia
Hoje em dia não quero o que ontem queria
Quem diria
No deserto tomei banhos de água fria
Que ironia
Ria em momentos que não devia
Mal sabia
Que a vida real é fantasia

[Verso 3: XI]
Não deixei de fazer RAP
Apenas parei um pouco
Com o intuito de jardar a carteira
Mas tou farto deste sufoco
Já só conto de 1 a 30
Pouco ou nada recebo
Cansei-me de dar o litro
Há algum tempo sou eu que o bebo
Podes salientar esse facto
Desde Marvila ao Beato
Veres-me a grifar de fato
Filho, não faz de mim patrão
Logo ao virar da esquina
Farto-me e viro o chunga China
Destravo que nem imaginas
Sempre com a birra na mão
Tou na minha, ando quieto
Ya, parado e nem gravo
Mas vou sentindo de perto
Apenas o RAP bravo
Selectiva é a audição
Onde o consumo é restrito
Numa Geração Sonora
De RAP tuga do grito
(Eu) pus o RAP a parte
Pra poder fazer pela vida
Dei por mim não tava sóbrio
Só via bebida
A chavala já só embirra
Eu ouço birra e acordo
Minha vida é um destravamento
Do qual eu já só entorno
Sou de ir a um bar beber, cair
E logo a seguir levantar
Tenho obrigações a cumprir
Muitos não sabem o que é trabalhar
Eu tou de terno no meio termo
Em torno de quem não concordo
Trabalho pra quem mantém refém
O sistema do qual discordo
A D. Inércia deu-me o toque, que pra me safar na vida
Ou era filho do Ronaldo ou tinha a conta no BES
Guita que lá foi metida, na URIA é dividida
Dezenas a comer de fora, milhares a apanhar bonés

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