Pra Quando Eu Cruzar a Linha
Faz tempo que ando na estrada
E carrego de tiro uma quatrilha mansa
Pelagem das buenas crismada a contento
Domadas por mim e de toda a confiança
A potra verdade picaça de raça
Com força no encontro e "buenacha" de freio
As vezes violenta atropela por nada
A melhor das parceiras pra quem vive do arreio
Uma moura matreira da cabeça negra
Que se entrega por mansa só na carreteira
Por ser aragana batizei liberdade
Parceira de tiro cruzando a fronteira
Eu carrego uma quatrilha pela estrada da minha pampa
E o cincerro da consciência no pescoço da esperança
E nas "cruz" da minha saudade ao tranco faço reponte
Deixei todas bem domadas pra quando eu pegar a estrada
Da linha além do horizonte...
A tostada antiga, mansa, frente aberta
Recorreu comigo ranchos, corredores
De nome saudade num tranco de valsa
Levou na garupa todos meus amores
E as éguas que deixo mansas de arreio
Domadas de freio pra peonada da estância
Só levo do basto a tordilha da lida
Pra voltar "noutra" vida com o nome esperança.