De Volta

A tarde boleou a perna pelo lombo da cochilha
E um ouro de maçãnilha floresceu no descampado
Um salpicado de estrelas impeça bordar o céu
E um véu de neblina branca se acampa sobre o chapéu

O vento se tapa bruto contra as asas do meu pala
Um lenço pede bolada pra escaramuçar nessa hora
Meu baio pisa macio qual galo de boa pua
A lua se aninha prenha pela roseta da espora

Venho costeando açude bombeando minha silhueta
E uma traíra engambeta a focinha num bolcado
Pois sempre existe uma ânsia de quem volta pra morada
Com a idéia desnorteada de andejar enforquilhado

Até me vejo na ronda de algum fogo galponeiro
Tendo um angico campeiro findando num passo lento
E eu perciso de um amargo pra adoçar meu paradouro
E um sentimento mais touro pra atropelar os lamentos

O campo empresta o perfume que a noite tenta guardar
E o solitário estraviado me oferta o canto dos bastos
Por isso sofro calado aquela ausência morena
Que vêem meniando a melena pelo ondulado dos pastos

Embora o trote do baio conserve a mesma cadência
Basta voltar à querência pra renascer dum floreio
Um chamamê desfolhado no sobrelongo do vento
Onde a flor do sentimento vem lamber sal no rodeio

Trivia about the song De Volta by Cristiano Quevedo

When was the song “De Volta” released by Cristiano Quevedo?
The song De Volta was released in 1995, on the album “Um Canto Pra Ti”.

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