Terra da Melancolia
Duarte
Terra da melancolia
Rasas planícies de mágoa
Branca dolência tardia
Terra da melancolia
Tanto calor, pouca água
Mourisca forma de estar
Depressiva porventura
O tempo teima em passar
No espaço há tanta fartura
Quem por lá passa não sabe
Das coisas de quem lá vive
À espera que a dor se acabe
Terra dum pai que não tive
Ao largo velhos sentados
Aos novos ninguém os vê
Partiram para outros lados
Vão voltar de quando em vez
Às vezes, sou mais um estranho
Vagueando ao Deus-dará
Outras vezes sou daqueles
Que nunca saem de lá
Ainda que lento o dia
A noite nunca se atrasa
Branca dolência tardia
Terra da melancolia
Do cante e da minha casa