Filha de ninguém
Um copo de vinho e veneno
por engano de um tal destino
Com olhos vendados beberam
Os que trocaram carinho
Só assim encontraram remédio
que os fizesse de tudo esquecer
Pois souberam que eram irmãos
só depois de muito querer
Como poucos no mundo se amaram
Porque foi seu destino e sorte
Para não mais seguirem em pecado
decidiram um pacto de morte
É culpado o pai desalmado
que jamais mereceu ser um homem
Por viver enganando mulheres
E negando a seus filhos um nome
Não entendo porque não se mata
para ser assim tão infame
Filha de ninguém eu nasci
Pelo tanto que tenho sofrido
eu quizera ter o sobrenome
nem que fosse de um homem perdido
Mas meu pai deve ser um covarde
dos muitos que ao mundo tem vindo