Brasil de Dentro
Vitória Régia, foi o que vi
Num arranha-céu de Fortaleza
Com a clareza do sertão pernambucano
Paraiba já me deu bem três amores
Mas, como um trem, que nunca vi pro Amazonas
Minhas lembranças cheiram mais que o eucalipto
Que eu tirei de dentro das Minas Gerais
Espírito Santo pode contar as Vitórias
Que eu cantei batendo em cada endereço
A cajarana doce no sopé da serra
Que eu tanto quis provar de novo ao regressar
Se na mata já não tem mais carnaúba
Na bandeira do Brasil falta uma cor
Era uma casa branca, um flamboyant defronte
Duas crianças lá no rio a mergulhar
Era eu, era ela, era ela, e eu
Que fui embora e me perdi daquele amor
Parti em cada caminhão de Limoeiro
Não sei se volto, não sei se fico, não sei se morro
Só sei que chego de viagem tão cansado
E com vontade de deitar na rede