Tempos de Morte
Aqui
Eduardo mais um soldado nos tempos de morte
Mafioso revoltado na cena do crime sem contar com a sorte
A realidade é diferente pra quem vive na pobreza
Pra quem não tem limusine não é herdeiro de riqueza
Se esquiva da ponto quarenta, do chute no saco, do tapa na cara
Dos gambé, filho da puta que na quebrada demônio de farda
Periferia o bagulho é louco, só quem vive dentro pra saber
Se esquivam de tiro no meio da guerra, eu venho pra dizer
Que o sangue escorre na cara de quem troca tiro na cena do louco
Invadindo condomínio, levando dinheiro e os artigos de ouro
Causando pânico pra cadela e pra sociedade que tenta esconder
Que o pobre aqui não tem vez, e pra ter paz é só quando morrer
Eu tenho certeza meu querido que a conseqüência é bem mais louca
Na quebrada direto e reto, vacilão aparece com tiro na boca
Depois de 10 dias é encontrado boiando, tipo saco de lixo
Na divida, no vicio não pagou levou tiro
E pra viver do jeito que eu vivo, tem que ser psicopata
Não pensar com o nariz nem com a boca, vivendo na forca pros corre da casa
Enquanto o sangue escorre dos meus truta, meus parceiro
Eu continuo na caminhada relatando o sofrimento
Aqui se abrir os olhos, você consegue enxergar um futuro
Vê vários piveti crescendo sem escola, comida sem rumo
Candidato a traficante vendendo droga na quebrada
Desfilando de tênis da hora, de carro bem louco e na cinta as quadrada
É que o sistema quer pra jogar o jogo na disposição
Pra enquadrar um gerente num assalto, todo mundo pro chão
Sou facínora residente to aqui pra falar uma pa
Que na quebrada o bagulho é sinistro, é sem massagem pra quem desandar
Aqui o sangue jorra
Aqui o sangue ferve
Aqui tem que ser louco pra se esquivar do click clack
Se aqui não mudou nada, eu continuo envolvido
Nas fita de mil grau, periculoso agressivo
Aqui a guerra acontece 24 por 48
Tem que ser louco disposto pra ver os tiros que cortam o morro
Armadilha de mina terrestre, deforma, fere, mata
Violência sanguinária que chega no portão de casa
Caralho eu vejo tudo, mas eu não fico calado
Quando eu vejo um pai de família frustrado na mira de um soldado
Por que aqui o sangue jorra
Aqui o sangue ferve
Aqui só calamidade
Falta escola, falta creche
Ai truta em tempos de morte, eu não vou te iludir
A cena é triste, é sangue, é morte eu vejo tudo aqui
Dinheiro poder, o difícil é passar batido
Eu sou a voz, soldado de guerra que traz no seu ouvido
A realidade em curitiba ou em qualquer lugar do mundo
Tem pobreza, desprezo, tem miséria tem abuso
Sentado no boteco eu vejo o tio com um copo de pinga
Contando a mesma historia triste, reclamando da vida
E falando que um dos filhos que o crime levou
Que se envolveu na cena do louco, e não segurou pow pow
Enquanto ele reclama, a sociedade financia
Mas pobre favelado vitima da covardia
Na falta de amor, o ser humano sente o preso
O desprezo, lamento na cena do cortejo
Na coroa de rosa branca, em busca da paz
No crime não encontrou ?caralho? não foi capaz
Mas assim eu levanto a cabeça, paz, justiça e liberdade
Pra quem vive na função, envolvidão na humildade
Aqui o sangue jorra
Aqui o sangue ferve
Aqui tem que ser louco pra se esquivar do click clack
Click clack
Click clack
Click clack
Click clack