Corpo Mestiço
Me perdi no teu corpo mestiço, me perdi
Descobri no teu corpo feitiço de Haiti
Escultura de mogno e ébano,
arquétipo de mulher,
Deusa feiticeira
fera faceira Daomé.
Porque lembra aquelas caravanas irreais
Pelas rotas trans-aarianas ancestrais
Teu andar é o mais fino tesouro
do ouro dos Axantis
Negra mulçumana,
moura miragem na areia do Mali.
Me amarrei nesse teu remelexo, me amarrei
Tua ginga é de cair o queixo. Eparre!
Rebolado de balacobaco
machuca o mulato, Iansã
Dona da Matamba!
Hoje eu só saio do samba de manhã
Me liguei nesse gosto retado de quindim
Nesse molho gostoso, dourado de xinxim
E essas tuas dorsais alterosas que misteriosas são !
Negra diamantina
O rei mandou contratar teu coração
O rei mandou te entregar minha paixão