Voto de Confiança
Se o fogo queimou na fogueira a esperança
A água correu da enchente mudança
Desfeito o nó da madeira a bonança
A lama que suja o presente é herança
Como tudo é do avesso
Quem erra não paga o preço
Quem espera vinte tempos
Mais um tempo não é nada
É tem sim
Tem brasa queimando em mão errada
Eu sei que a nossa canoa tá bem devagar
Mas não vai afundar
Se a gente mostrar paciência ajudando a remar
Tudo vai melhorar
E não adianta cobrança
Sem voto de confiança
Pois nem toda cara manjada
Tem traça ou cupim
É tem sim
Tem brasa queimando em mão errada
Muita gente é que devia
Estar com a mão toda queimada
É tem sim
Tem brasa queimando em mão errada
Devagar se vai ao longe
Não se corre sem tropeço porque
Como tudo é do avesso
Quem erra não paga o preço
Tanto mal fez nossa gente
Ficar mal acostumado eu falei
É tem sim
Tem brasa queimando em mão errada