Matéria

GÁBE

O que a gente criou ainda é pouco pra mim
Tão distante e a força diz tanto, me espanto com o pranto ao te ouvir cada instante sozin
E se a linha de chegada for perto do fim?
O deserto se torna inerte, desperte o esperto que ainda cede certo ao que eu vim

E eu ainda sinto sede, brindo
Pelo que não intercede a parede que vindo nos prende aqui
O mundo distorce o lindo, unindo a gente
A tudo que separa a gente daqui

Procuro paz, sou puro paz
E aqui jaz o escuro mas ele não não pede, faz
Mas pede mais, e cede, vais
Ele traz pro outro lado do muro eu quero mais

Quero viver a instância
Me ver na distância sem a ânsia de me perder
Arrogância se crê na demanda
Me manda e desanda se eu fosse encontrar você

Cada projétil de dor, na alma é física
Eu sinto que minto ao falar de amor
Mas sigo rindo, uma fé tísica
E a tosse sínica vindo e sumindo como a anterior

E é muito pouco pra mim ainda
Te via linda, e ainda ria pra você
Me fazia perceber que a mercê eu não tinha uma segunda vinda
E ainda ria pra você!?

Segue a pé e não se corta, se cansa
E a vida mansa, ta morta junto com a minha fé
E eu sigo até fechar a porta, esperança morta
Meter o pé contra tudo que eu deixei de herança

Uma pressão sentir essa dor
Um pouco do troco, o sufoco, que me tirou do poço e aos poucos me botou no topo
Essa matéria que vive em mim
Uma arma em forma de plataforma que na reforma veio como norma e me tirou do carma
Essa matéria que me criou, e guiou por um caminho sem fim, por uma estrada sem luz
E eu carreguei muito mais de uma cruz, por ser assim, por ver essa matéria em mim

Eu vejo a escuridão nos olhos de um poeta
Até mesmo nos mais românticos, nos mais alegres
É o despertar da noite, do cinza, a liberdade escondida nas mazelas da vida
O luxo escondido nos becos mais pobres, mais podres
Um mundo sem leis, sem leais
Só leões que mordem como feras e riem como hienas
Destroem o corpo e a alma
Transformam a morte em calma
Transformam o caos em novas danças
A beleza da felicidade em monstros enjaulados dentro de nós mesmos
Transformam sentimento em matéria

Uma pressão sentir essa dor
Um pouco do troco, o sufoco, que me tirou do poço e aos poucos me botou no topo
Essa matéria que vive em mim
Uma arma em forma de plataforma que na reforma veio como norma e me tirou do carma
Essa matéria que me criou, e guiou por um caminho sem fim, por uma estrada sem luz
E eu carreguei muito mais de uma cruz, por ser assim, por ver essa matéria em mim

Trivia about the song Matéria by Gabe

When was the song “Matéria” released by Gabe?
The song Matéria was released in 2015, on the album “Projeto Matéria: BIOGRAFIA”.
Who composed the song “Matéria” by Gabe?
The song “Matéria” by Gabe was composed by GÁBE.

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