Armando Bochincho
Virgem Santa
Me vim pra bailanta
Assintando com a indiada
E frouxando a garganta
Trovando verdades
Me chamam de cobra
Mas nem que morra a míngua
O que sai da minha língua
Tem verdades de sobra
Eu não queria, mas vou te contar
Pois escaramuço minha timidez
Aquele cuera com aquela gadeia
Parece uma ovelha morta há mais de mês
Não tem vergonha no meio da indiada
Usando brinco chinchado na orelha
Se acha malandro e pai da madrugada
Olhar abusado e bombacha vermelha
É melhor nós mudar de assunto
Tô saindo na porta que entrei
Pois se o bochincho estoura eu tô junto
Não queria contar, mas contei
Eu não queria, mas vou te contar
Meu compadre me pediu segredo
Mas tem ovelha sumindo no campo
Falta uma dúzia de manhã bem cedo
Eu desconfio que Chico Maleza
Andou floreando a cordeona demais
Tomando trago e pagando gorjeta
Fazendo festa que patrão não faz
Eu não queria, mas vou te contar
Ando escutando alguma ladainha
Qua a moreninha, filha do patrão
Nas madrugadas não volta sozinha
Um dia desses eu falei pra ele
Patrão, nós temos que se precaver
Pois tem carancho abusando das prendas
Isso pega mal pro nosso CTG
Eu não queria, mas vou te contar
O cadeiudo que envergonha a indiada
Chico Maleza que faça suas festas
E perca o sono pelas madrugadas
E a moreninha que seje faceira
Que se acolhere com outro bombachudo
Sei que esse papo fica só entre nós
Se tu abrir a boca, eu vou negar tudo