Neblina
Guilherme Arantes
Na neblina a cidade amanheceu
Sonolenta como os últimos boêmios
Os primeiros trabalhadores matinais
Com seus gorros, capotões e cachecois
A neblina dá uma certa imprecisão
A paisagem fica sem definição
Os aeroportos não acendem os faróis
E nem sobem, e nem descem aviões
Qual, qual de vocês não acha belo
Quando ela desce
Quando ela deixa tudo translúcido.