Ó Minha Alma, Vem, Te Adorna

Ó minha alma, vem, te adorna
E da treva a Deus retorna
Vem depressa à luz brilhante
Que ilumina o teu semblante
O senhor da eterna vida
Para a ceia te convida
Quer o redentor clemente
Habitar em ti, ó crente

A Jesus recebe agora
Confiante, sem demora
Desde muito que te chama
E teu coração reclama
Abre ao salvador a porta
Sua graça te conforta
Tens em Cristo um grande amigo
Que deseja estar contigo

Desfaleço de saudade
Da divina caridade
Quanto, ó Deus, estou sequioso
Deste manancial precioso
Que é consolo da alma aflita
Refrigério na desdita
Nele tenho união estreita
Com Jesus união perfeita

Mesmo estando alegre, tremo
Neste instante tão supremo
Tua ceia impenetrável
Ao cristão é desejável
E lhe prova, ó Deus bondoso
Que és fiel e gracioso
Qual humana inteligência
Sondaria tal clemência?

A minha alma não concebe
Esta bênção que recebe
Pão que nunca se consome
E a milhões sacia a fome
Sangue e fruto da videira
Eis a ceia verdadeira!
Tal milagre grandioso
Vem do nosso Deus glorioso

Cristo, Sol de minha vida
Sempre tenho em ti guarida
Purifica o pensamento
Dá-me luz e entendimento
Aos teus pés eis-me prostrado
Peço a ceia, ó Cristo amado!
Vem fazer-me digno e crente
Ó meu salvador clemente

Cristo, vero pão da vida
Tua graça me convida
Para vir à tua mesa
Dá-me, pois, a fé acesa
O manjar tão excelente
Me revela o amor ardente
Que me tens, ó rei da glória
Dá-me o reino da vitória

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