Até o Dia

Iara Rennó

Cada qual com seus parceiros, periquitos
Cada um com seus problemas, seus mosquitos
Eles chupam o seu sangue, sua carne
Se o espírito está louco, que se acalme

Eles sugam das entranhas sua vida
Depois forma aquela casca na ferida
Vai saindo aquele líquido, fluido quente
Você lambe e a sua língua passa rente

Se coçar a casca raspa, cai doente
E até nascer a outra, fica exposto
O tumor com seus temores, que desgosto
Essa vida parasita de ascaires

E nos dentes dor aguda tem as cáries
Bactérias e micróbios pelos ares
Respirar já não se ousa, suicídio
Ponha as narinas na sopa de lipídios

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