Desgraceira

Amaro Peres

Me enfurnei no galpão,
Mas louco de invocado
Porque tinham me roubado,
O gateado da estima
De resto ainda por cima,
Levaram meu doze braças
E pra aumentar a desgraça,
Quebrei os pratos com a china.
A minha roça de milho,
Cheia de espiga novita
Me bateram as caturritas,
E esculhambaram a metade
Pra completar a maldade,
Aquele zebu aspudo
Tu vê, com cangalha e tudo,
Comeu as couve à vontade

Mas sou feito de tutano,
Tenho sangue castelhano
E não me entrego assim no más
Pra acabar com a desgraceira,
Brigo até virar caveira
No quintal do satanás

As botas couro de bufo,
O sorro roeu o cano
Meu chapéu republicano,
Se foi numa ventania
Deus do céu, que judiaria,
A xerenguinha tetéia
Que eu ganhei do porca-veia,
Perdi numa pescaria
Açude rompeu a taipa,
Me alagou um eito de campo
Um temporal com relampo,
Esparramou a criação
E por falar em azarão,
O meu cusquinho pitôco
Me estranhou, fico bem louco,
E se botou nos meus garrão.

Trivia about the song Desgraceira by João Luiz Corrêa

When was the song “Desgraceira” released by João Luiz Corrêa?
The song Desgraceira was released in 2004, on the album “Trem Campeiro”.
Who composed the song “Desgraceira” by João Luiz Corrêa?
The song “Desgraceira” by João Luiz Corrêa was composed by Amaro Peres.

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