Borboleta Cega / Malandro (pot-pourri)

A vida valeu, mas será que era pra ser assim
Sofrimento do principio ao fim
A uma dor seguida de outra dor
Não resistiu o amor

A vida valeu, mas viver em solidão a dois, a dois
Fez sangrar um coração depois, muito depois
Fez secar a flor fruto e raiz de todo bem que fiz

Hoje eu, depois do vendaval me sinto imune ao mal
Pois Deus não pune a quem se deu
Ela que ironia, borboleta cega
Fui a luz do seu dia, sou cruz que ela ainda carrega

E a mulher que foi minha paixão
Hoje de mão em mão, chora por quem já não lhe quer
Ao seu mudo grito, reflito em minha mente
Ninguém deixa um poeta impunemente

Ao seu mudo grito, reflito em minha mente
Ninguém deixa um poeta impunemente
Mas a vida

A vida valeu
Ah, é claro que valeu gente
Por causa de swing, vou mostrar pra vocês
Meu primeiro samba gravado
Vamo' lá minha gente, canta comigo

Lá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá

Laiá, laiá (lê, lê, lê, lê))
Laiá, laiá, laiá
Laiá

Malandro
Eu ando querendo
Falar com você
Você tá sabendo
Que o Zeca morreu
Por causa de brigas
Que teve com a lei

Malandro
Eu sei que você
Nem se liga no fato
De ser capoeira
Moleque mulato
Perdido no mundo
Morrendo de amor

Malandro
Sou eu que te falo
Em nome daquela
Que na passarela
É porta estandarte
E lá na favela
Tem nome de flor

Malandro
Só peço favor
De que tenhas cuidado
As coisas não andam
Tão bem pro teu lado
Assim você mata
A rosinha de dor

Lá, laiá, laiá laiá
Laiá laiá laiá
Laiá, laiá

Laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá
Laiá
Malandro!

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