Ginete e Pealador
Fui criado campo a fora
De alma bugra e missioneira
Lidando com égua xucra
E pealando de toda joeira
Se um potro sair berrando
Faço se perder na poeira
Depois de virar cambota
Na saída da porteira
O que eu faço ninguém faz
E também nunca vai fazer
Ginetear de cara atada
Pra ninguém me conhecer
Já amansei muito pavena
Curnilhudo e queixo roxo
E não nasceu o que eu não faça
Vir lamber sal no meu cocho
Bicho que bate carona
Eu largo de quarto frouxo
E touro se me atropela
Se tem guampa deixo mocho
Ginetear é um oficio
Que eu zelo com devoção
Também num tiro de laço
Eu não respeito patrão
Se um zebu se alçar correndo
Pra me ganhar o tirão
Fica com as garras pra cima
E as aspa enterrada no chão