Filho Pródigo
Eu tinha bom gado de corte
Eu tinha bom gado leiteiro
Eu tinha um bom cavalo
E um abundante celeiro
Eu era muito respeitado
Eu fui campeão de rodeio
E por toda a redondeza
Queriam ouvir meu conselho
Mas por causa de dois olhos claros
Que brilham como o luar
Eu disse meu pai vou embora
Vou procurar
Sem ela eu não posso ficar
Andei lado a lado com a morte
Por esse mundo a vagar
Eu que era amigo da sorte
Fui companheiro do azar
Então me tornei vagabundo
A dor e a fome chegou
Comi maltrapilho e imundo
O pão que o diabo amassou
Depois de muitas andanças
Encontrei me com ela num bar
Rindo e bebendo com outro
Meu Deus, que tristeza!
Então resolvi voltar
No longo caminho da volta
Com vergonha e na solidão
Sem saber se seria bem vindo
Por meus pais e por meus irmãos
Ao longe avistei minha casa
Bateu forte o meu coração
O pranto escorreu em meu rosto
Molhando a poeira do chão
Meu pai com os seus braços abertos
Disse: Meu filho voltou!
Três dias, três noites de festa
E o sino tocou
Anunciando que a paz retornou