A Cidade
Rogerio Coelho
As gotas de euforia que a inveja desperta
Nos jarros de alegria na acidez dos olhos alheios
Ácida,
Ácida,
Ácida de dão violenta
A cidade,
A cidade tão violenta
Dispara solavancos e pontapés convulsos
E o os colapsos dos epiléticos, inesperados
nos trombam de ombros,
Nos cravam de ônus
Escravam-nos nos ônibus
Escrevem-nos,
Na lista dos desesperados autônomos
Expropriam-nos a vista
Desconhecem-nos a prazo...
Trabalhador
Trabalha a dor
Com um sorriso torto de artista.
Acidadespontaparaplegicosistemas
Casas e apartamentos, não (são) Imóveis, Flutuam de mão em mão,
Deus é o milagre da criação
Então levanta-te paraplégica cidade e anda
Impossível!
Levanta-te preço, abuso, especulação,
Milagre visível
A cidade...
Acida de tão violenta...
Acidade, a cidade...