Relógio de Cucu
Entretanto o piano toca e conforta a minha alma
Sofrida, enfraquecida da derrota que separa
Entre a pura rota da vida e a escura rota do karma,
A minha ida pretendida que o destino não mascara
Mas se pudesse voltar atrás, rodava a minha face
Em direção à paz, e com ela ficava
Mas se pudesse voltar atrás - o passado que entrelace
O que ficou para trás, que eu pegava e levava
(E guardava) entretanto ficava agradecido
Pelo que fiz com a minha gente e a minha gente comigo
Ficava agradecida, e sabes o que é fudido?
É veres partir quem te adora embora sem um motivo
E agora? Vivo sem motivo aparente
Sou apenas um ser vivo perdido no limbo para sempre
E o que tenho pretendido? Tem sido convergente
À medida que o sentido termina á minha frente eu não paro!
Relógio de cuco
Eu não sei, quanto tempo eu tenho
Relógio de cuco
Mas eu sei, o que é melhor para mim
Sou jovem Tutankhamun
Da minha vida sou faraó
Mas no meu túmulo quando morrer levem os meus poemas e só
O resto tudo vira pó
O resto não me diz nada
Quando eu morrer não é pelo ouro
Que a minha história será lembrada
Confiança foi quebrada, na quebrada tudo é bonito
Até ao dia em que a inveja se apodera do teu amigo
Que desdenha agora de tudo aquilo que tu tens,
Mas quando chegava a hora, sabias que davas tudo que tinhas
Fecho cortinas, comemoro vitórias
Em quatro paredes
E mesmo nelas ouvidos
Estão atentos muitas das vezes
Mas eu não posso deixar de honrar tudo aquilo que agora tenho
Se batalhei e ganhei tudo isto pelo meu empenho
Sou fiel à minha força de vontade
Veneno de Cascavel de tanto beber
Criei imunidade
Criava comunidades de quereres e desejos
Jogava moedas para a fonte, esperava
Uns mil bocejos
Percebi que só me iludia
E que a progressão era nula
Ação gera reação ninguém
Colhe vinho sem uva
E eu já quis o arco íris
Sem querer apanhar chuva
E hoje só trabalho
Se escorrer suor da
Minha blusa boy
Relógio de cuco
Eu não sei, quanto tempo eu tenho
Relógio de cuco
Mas eu sei, o que é melhor para mim