Dobrando As Cobertas
Só ficar esperando eu não vou
E vou até já fechando a janela
Pra não ver essa rua sem cor
Essa calçada parada sem pressa
E vou sair por ai procurar perceguir
Me esbarrar nas pessoas
Dos risos, dos becos, nas festas
Só ficar esperando eu não vou
E vou até já dobrando as cobertas
E deixar esse quarto essa dor
Essas paredes tão frias, desertas
E vou tentar reviver, conhecer te esquecer
Me entregar as pessoas
Aos dias, as noites, as ferras
Vou ao encontro de alguma esperança
Pra triste lembrança poder apagar
Essa espera, esse tempo, esse descontento
Pra desencantar
Vou me atirar noutro colo mais forte
Que esquente e suporte meu modo de dar
Que me invada, que grite
Que vibre, que corte
Que saiba entregar