Pela Estrada
Saltei cedito... noite de lua
Juntando as vacas pra o meu sustento
Empeço o dia já com as de goma
Maneando as patas tento por tento
Saco dois copos que é pro Firmino
Que pro colégio sai renegado
Enquanto sigo, de litro em litro
Golpeando o pulso já calejado
Eu vou, eu vou, e assim me vou
De manhãsita para o povoado
Batendo cascos pela estrada
E um cusco ao tranco bem no costado
E assim me vou pra onde eu for
Pala de seda... chapéu tapeado
Batendo os cascos que assim chacoalham
Seco do apojo por já golpeado
Largo dois tarros na tia Rumilda
Pois se prepara já pras carreiras
Com rapadura de leite gordo
Já logra uns troco da bolicheira
E o Don Luzardo já pega o grito
"Me deixa uns litros que é pras guria"
Pois chegam logo fim de semana
Vêm da campanha passar uns dias!