Sete de Setembro
Sete de Setembro
(Leoni/Galli/Pablo Uranga)
Seis e meia, o dia acaba
E eu na janela, impaciente
Daqui a pouco, com seus cães de raça
Você passa indiferente
Sete e dez você retorna
E pega as cartas com o porteiro
Meu coração guarda os seus passos
E o elevador guarda o seu cheiro
Eu me imagino à sua porta
E o meu sorriso quando eu entro
E a calma nos meus olhos
E a segurança com que eu me sento
Mas a noite me devasta
Já não basta o pensamento
Porque é sempre um outro homem
Que te invade o apartamento
Que te rouba o pensamento
Hoje é sete de setembro
Faz três anos que eu escrevo
Como escravo eu coleciono
Os seus gestos em segredo
Eu arquivo a sua vida
Nos seus mínimos detalhes
Eu conheço as suas roupas
Te conservo num diário
Hoje é sete de setembro
E às sete e dez você recebe
O que pode ser a glória
Ou minha carta testamento
Mas a noite me devasta
Já não basta o pensamento
Porque é sempre um outro homem
Que te invade o apartamento
Que te rouba o pensamento