Quando Um Mata Mas os Dois Morrem
"O punhal no sangrador, pele de encontro com o couro. E por um simples instante dois corações batem juntos num estertor crepitante. Um vai morrer. Já e pronto. Mas no peito do que mata, mas no peito do que mata, o coração morre um pouco."
Um é cavalo o outro é homem
O centauro da planura
Dois seres fundem-se em um
Por isso a faca que mata aquele que está quebrado
Mata também um pedaço da alma do que matou um ser sem pecado algum
O pecado sugerido é ter nascido cavalo
É saber que a humanidade o chama de irracional
Ser taxado de animal por quem rouba, estupra e mata
Sem ter desculpa maior que uma mente racional
Dizem que bicho não pensa
Mas homem será que sim?
Sou eu quem trabalha duro
Mas a ponta desta adaga termina cravada em mim
E o meu bom Deus que comanda
Ou não gosta de cavalo, ou gosta da coisa assim
"E morrer... E morrer é o de menos, há coisa muito pior... Ser espancado, ferido, machucado e ofendido por quem usa seu esforço para sustento e lazer. O cavalo, o cavalo então pergunta, pois necessita saber"
Dizem que bicho não pensa
Mas homem será que sim?
Sou eu quem trabalha duro
Mas a ponta desta adaga termina cravada em mim
E o meu bom Deus que comanda
Ou não gosta de cavalo, ou gosta da coisa assim
Mas no peito do que mata
Se for gaúcho e campeiro
Fica cravado uma estaca
Mais mortal que a punhalada que sangrou o companheiro
Dor da perda de um amigo
De aliviar sofrimento assassinando o parceiro
Dizem que bicho não pensa