Um Grande Nó

Jair Naves

Vinte meses em claro
Quase dois anos sem dormir
Prece rezada em longos atos
Senhor, arraste-os pra onde eles não possam mais mentir

O mundo exige um linchamento!
(Minha memória retorcida em um grande nó)
Mas eu de nada me arrependo!
(Minha memória retorcida em um grande nó)

Quem é o mais covarde?
Eu não saberia dizer
Porque eles só me atacam em bandos
Só agrupados em centenas eles ousam aparecer

O mundo exige um linchamento!
(Minha memória retorcida em um grande nó)
Mas eu de nada me arrependo!
(Minha memória retorcida em um grande nó)

Cabe a ti, esse é o seu papel
Permaneça em pé
Ouça somente a si mesmo
(Ou ao que lhe convém ouvir)

Com tanto gosto, ela ressurge
Recitando velhos sermões
Berrados a plenos pulmões

Enfim o caçula cresceu, agora há um filho seu!
Que o mundo não aprova
E que sua seita ignora
Como um perna amputada que ainda coça, apesar de ausente

Vista-se em lágrimas que jorrem sem cessar
Ordena a voz que me persegue sem cansar

Ah, eu conheço bem quem me assombra
Tão dedicado a mim

Tão dedicado a mim!

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