Em Nome do Homem
Deus está morto
De seu crânio aberto
Fugiram faceiras
As paixões
Que Pandora
Com enorme zelo
Guardava para si
O canto de sereia
Do povo lagarto
Promete um futuro
Inefável de belo
Leva-nos cada dia
Mais e mais perto
Do fio dos rochedos
Do fundo do abismo
A Esfinge cansou de esperar
Na boca da estrada vazia
Que alguém lhe
Dirigisse a palavra
Deixou guardada no fundo
Da memória
A pergunta derradeira
Que sabia fatal
Passou a devorar qualquer um
Que findasse
O plano trajeto
Do caminho lotado
Em nome do homem
Quem vigia a hidra sem coleira?
O Chapeleiro subiu a toca
Do coelho
E por um momento
Sentiu-se em casa
Falou verdades
Confundiu as razões
De quem as tem
Em demasia
Mas saudou-se da Rainha de Copas
Era apenas uma a lhe pedir
A cabeça
Por qualquer indiscrição