À Espera de um Deus
Não sei, não sabe ninguém
Porque lhes canto
Um fado que não desata o desencanto
Laço atrás de nó em firme aperto
Encontro, rompo
Se é Deus quem dita o tom desta aventura
Quem lhe pintou as cores da amargura
Será que o meu rosário não tem cura
Ou sou eu que vivo presa à saudade
Presa ao que falta
Presa à mesa
Onde o amor não senta
Presa à ideia de não ser capaz
À espera do Deus que tudo faz
Foi Deus, fui eu ou foi por sina minha
No Cabo das Tormentas ir sozinha
Ninguém diz se foi real ou ilusão
Não ver o chão
Se de tanto pedir aconteceu
Se enfim o anjo certo aqui desceu
Não sei, não sabe ninguém
Mas outra casa nasceu em mim
Onde não há saudade
E nada me falta
Onde a festa brinda em mesa farta
E a certeza de já ser capaz
Faz-me saber onde mora a paz
Onde não há saudade
E nada me falta
Onde a festa brinda em mesa farta
E a certeza de já ser capaz
Faz-me saber onde mora a paz