Marujo Português / Rosinha dos Limões
Quando ele passa, o marujo português
Não anda, passa a bailar como ao sabor das marés
Quando se ginga, põe tal jeito, faz tal proa
Só p'ra que se não distinga se é corpo humano ou canoa
Chega a Lisboa, salta do barco num salto
Vai parar à Madragoa, ou então ao Bairro Alto
Entra em Alfama, e faz de Alfama o convés
Há sempre um Vasco da Gama, no marujo português
Quando ela passa franzina, cheia de graça
Há sempre um ar de chalaça no seu olhar feiticeiro
Lá vai catita, cada dia mais bonita
Com seu vestido de chita tem sempre um ar domingueiro
Passa ligeira, alegre e namoradeira
A sorrir p’ra rua inteira vai semeando ilusões
Quando ela passa, vai vender limões à praça
E até lhe chamam por graça, a Rosinha dos limões
Quando ela passa apregoando os limões
A sós com os meus botões e do vão da minha janela
Fico pensando, que qualquer dia por graça
Vou comprar limões à praça, e depois caso com ela