Clarim Farrapo
Meu canto é mais de que um canto
É um clarin farroupilha que tenho no coração,
De vez em quando se solta
Do corredor da garganta em noites de solidão.
Corto aramados de rumo
Na direção que mais quero
Eu sou mais livre que o vento
E que o cantar do quero-quero
Dos pelego faço a cama
Pois sou igual a sariama
Onde anoitece me podero.
Ei de vagar a vida inteira
Enquanto houver no meu peito vontade e voz pra cantar
E um sorriso encabulado
De algum beiço pintado que surgiu quando eu cruzava.
Sou gaudério sim senhor
Vivo nos corredores tomando café em cambona
Namorando as madrugadas
Desafogando minhas mágoas no focote da cordeona.
Meu canto é mais de que um canto
É um clarin farroupilha que tenho no coração,
De vez em quando se solta
Do corredor da garganta em noites de solidão.