De Coração Aceso

Adolfo Luxúria Canibal

Chegaram os tempos indignos da morte e da loucura
Tomado pela vertigem
Danço sobre os destroços do futuro
Ébrio de sangue e de lágrimas
Num rodopio interminável
Que me arranca a carne
E queima os ossos ainda delicados

O vento arrasta-me contra vontade
Para a cidade morta
Esse vazio varrido pelos vendos
Sem sol, sem lua, sem estrelas
Apenas um riscar de fósforo
Sobre o manto negro da noite
Onde vagueiam os abismos da embriaguez e da dor humana

Ouvem-se os sons de comboios
A fuligem de ossos queimados
E as crianças que falam com as suas mães
Seguram entre as mãos
O coração dos inocentes

Da cidade vejo ainda o lugar
De todos aqueles que se foram
E o das crianças
Que são especialistas na matéria
Seguram entre as mãos
O coração dos inocentes

Nem um só homem se aguenta de pé
No mutismo da cidade
E as crianças
Que há muito que pararam de brincar
Seguram entre as mãos
O coração dos inocentes

Com sangue do meu coração
Ficará manchado o caminho
Porque só as crianças mantêm a mente intacta
E só com carícias se pode apagar um coração a arder

Trivia about the song De Coração Aceso by Mão Morta

When was the song “De Coração Aceso” released by Mão Morta?
The song De Coração Aceso was released in 2014, on the album “Pelo Meu Relógio São Horas De Matar”.
Who composed the song “De Coração Aceso” by Mão Morta?
The song “De Coração Aceso” by Mão Morta was composed by Adolfo Luxúria Canibal.

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