Escritos de Terra

Gujo Teixeira / Cristian Camargo

Meus silêncios são de terra
Meus cavalos, são de campo
E a morte que sabe tanto
Um dia, há de apartá-los
Pela intenção dos cavalos
Eu renasço todo o dia
Quando a vida se anuncia
No canto largo dos galos

Minhas razões são de terra
Para cantar campo e gente
Tenho cismas de enchente
Murmúrios de sanga rasa
Quando a palavra extravasa
Se afirma em seu conteúdo
Se for preciso, diz tudo
Depois, retorna pras casas

Meus gateados são de terra
Beberam a cor do açude
Talvez, o tempo não mude
O quanto me faz querê-los
Mesmo sangue, mesmo pelo
E uma razão ancestral
De, entre o bem e o mal
Ter a alma por sinuelo

Minhas visões são de terra
Que fecho os olhos pra vê-las
Tenho lumes de estrelas
Guardados, pra noite escura
Me batizei nas lonjuras
Pra entender que preciso
Ser, bem mais do que diviso
Entre o querer e a procura

Meus arreios são de terra
Qual o banco que me sento
Onde o estrivo é o sustento
A um par de botas surradas
Tenho muito e tenho nada
De tanto que fui verdade
E andei povoando a saudade
Quando provei as estradas

Meus escritos são de terra
Aquerenciados no peito
Ressurgidos pelo feito
De serem da mesma casta
Tenho a mirada tão vasta
Pelo chapéu, pelo freio
E assim, quando me apeio
Sou terra e isto me basta

Trivia about the song Escritos de Terra by Marcelo Oliveira

Who composed the song “Escritos de Terra” by Marcelo Oliveira?
The song “Escritos de Terra” by Marcelo Oliveira was composed by Gujo Teixeira and Cristian Camargo.

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