No Tempo do Candeeiro e do Abanador
Um dia desses num tempo que já passou
A meninada brincava na rua
Bola de gude, bola de meia
De cabra cega e amarelinha
A violência era coisa do cinema
Algum bandido que o mocinho pegou
Tempo bom que não volta mais
Do candeeiro e do abanador
De tardezinha as cadeiras na calçada
A vizinhança vinha conversar
De tudo um pouco, da vida alheia
Da moça feia doida pra casar
O seresteiro cantava pra sua amada
Que da janela lhe sorria com amor
Tempo bom que não volta mais
Do candeeiro e do abanador
Quando eu me lembro do meu tempo de criança
Felicidade era o dia a dia
Não tinha medo de tempestade
E a tristeza não conhecia
O tempo passa mas aqui dentro do peito
Ainda sou menino do interior
Tempo bom que não volta mais
Do candeeiro e do abanador